Répteis

INTRODUÇÃO

Até a presente data os répteis compreendem uma pequena porção do Reino Animal, possuindo aproximadamente 6.500 espécies.Este dado pode ser comparado com aproximadamente 20.000 peixes, 10.000 aves, e 7.000 espécies de mamíferos. Os répteis são divididos em 4 ordens: Chelonia, Crocodilia, Rhyncocephalia, e Squamata.

Durante o Mesozóico existiam 17 ordens. A ordem mais antiga presente até hoje é a Chelonia. Vestígios de fósseis de quelônios foram encontrados e calculado sua existência em 100 milhões de anos. O grupo mais recente é a Squamata, dos lagartos e serpentes. A maior parte dos répteis existentes nos dia de hoje pertencem a este grupo.

Classificação: Chelonia: 220 espécies
Crocodilia: 21 espécies
Rhyncocephalia: 1 espécie
Squamata: - Lacertilia: 3.800 espécies
- Ophidia: 2400 espécies
- Amphisbaenia: 140 espécies

Durante o Mesozóico havia 17 ordens de répteis. A maioria era terrestre, outros eram aquáticos e 1 ordem era de répteis voadores. Os crocodilos são referidos como os mais próximos das aves do que outros grupos de répteis.
São vertebrados aminiotas, de temperatura variável, com um epitélio queratinizado, desprovido de glândulas, penas ou pelos. São denominados ectotérmicos ou pecilotérmicos, por não possuirem a capacidade de gerar seu próprio calor corpóreo. Seu metabolismo e sistema imunológico está diretamente relacionado com a temperatura. Ao contrário dos homeotérmicos, a oscilação de temperatura durante o dia e a noite é importante, pois o animal depende da mesma para ajustar sua temperatura corpórea ideal.

 

Tegumento

Caracteriza-se pelo enorme desenvolvimento da camada córnea e pelas escassas glândulas que possue. A pele é seca.
Os lagartos e serpentes tem escamas imbricadas cobertas por uma grossa camada córnea.
Freqüentemente a derme se ossifica e forma um exoesqueleto. Tal sucede com a carapaça das tartarugas e com as placas ventrais dos crocodilos.
Os crocodilos possuem no lado inferior da cabeça um par de glândulas volumosas, glândulas de almíscar, que lhes dá um olor característico.

Os répteis sofrem mudas periódicas e, nos ofídeos, ela ocorre de uma só vez. Nos outros répteis não se pode falar de muda propriamente, pois a pele se descama sem que se note.
A cor dos répteis pode mudar, pois os numerosos cromatóforos situados na derme podem modificar a posição e se contrair, sem que se deformem.
Estas variações são reguladas pelo sistema nervoso simpático e pelo hormônio intermediário da hipófise.

 

Esqueleto

 

1. Esqueleto axial

Na coluna vertebral há nítidas regiões. Há nove vértebras cervicais, dez dorsais, cinco lombares, duas sacras e umas trinta e nove caudais.
Nas vértebras cervicais articulam-se curtas costelas cervicais. Das costelas torácicas, que se unem ao esterno, saem as vértebras torácicas. As serpentes não tem esterno, ao contrário dos crocodilos, que tem dois.

2. Esqueleto cefálico

O mais característico é o aparecimento de um palato ósseo secundário. O crânio é totalmente ossificado com exceção de alguns pontos da região etmóide. Há quatro fossas temporais, exceto nas tartarugas. Os ossos do crânio, nos animais velhos, são reconhecidos por numerosas fossetas.

3. Esqueleto apendicular

Em alguns Répteis as extremidades se atrofiam, mas continuam as cinturas (serpentes chamada de cristal). Nas serpentes, as cinturas e extremidades desaparecem.

 

Sistema Muscular

Em parte, pelo maior desenvolvimento das costelas e, em parte, pelos tipos de locomoção mais desenvolvidos, os músculos axiais, ou do tronco dos répteis começam a apresentar algumas das características complexas, encontradas nos mamíferos.
A maioria dos répteis é capaz de realizar movimentos maiores da coluna vertebral, o que resulta da especialização de alguns músculos do tronco.

Nas tartarugas, a presença de carapaça imóvel reduziu a necessidade de uma musculatura axial bem desenvolvida, com exceção da região do pescoço. A musculatura ventral do tronco dos répteis, além dos músculos reto-abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno e camadas do transverso, é subdividida por uma camada intercostal, que une as costelas. A musculatura dos membros apresenta uma grande variação, dependendo do tipo de locomoção empregada.

 

Sistema Nervoso

O encéfalo, com relação aos amniotas, mostra um progresso muito notável. Os dois hemisférios cerebrais são totalmente separados; pode-se ver neles uma camada externa de substância cinzenta que envolve uma substância branca. Os lóbulos olfativos são muito desenvolvidos

No diencéfalo destaca a grande importância que assume o órgão pineal. É formado pelo órgão parietal, que tem a estrutura de um pequeno olho, e pela epífise.
O órgão pineal é funcional em muito poucos répteis atuais (tuatara). O cerebelo é relativamente maior do que o dos anfíbios. Todavia não atinge o tamanho do cerebelo de alguns peixes, como o dos tubarões, nem se aproxima do tamanho do cerebelo das aves ou dos mamíferos.Novamente isto parece estar relacionado com a capacidade locomotora relativamente limitada da maioria dos répteis.
O cérebro é mais evoluído que nos anfíbios. Há doze pares de nervos cranianos.

 

Órgãos dos Sentidos

Os tegumentos são ricos em terminações tácteis.
O olfato radica nas fossas nasais. Compõem-se estas de um vestíbulo, que comunica com o exterior, e de uma região posterior, na qual se localizam as células olfativas, parcialmente dividida por uma prega óssea ou corneto.

Há nos olhos glândulas lacrimais que mantém úmida a córnea. A esclerótica, freqüentemente, se torna cartilaginosa e, inclusive, óssea. A retina encerra cones e bastões. Possuem pálpebras e uma membrana nictitante ou terceira pálpebra, que vai adiante do olho. Nas serpentes, as pálpebras, transparentes, se soldam pelos bordos. Daí a firmeza do olhar.

O ouvido interno é complexo. O tímpano, à flor da pele, está em relação com o ouvido interno por meio da columela. As serpentes não tem cavidade timpânica, embora conservem a columela, e, por isso, não possuem o sentido da audição.

 

Aparelho Digestivo

O sistema digestivo dos répteis adapta-se aos hábitos alimentares das espécies envolvidas. Na maioria dos casos, os répteis não aquáticos possuem glândulas orais mais desenvolvidas que nos anfíbios. Isto esta associado a necessidade de umedecer o alimento seco para reduzir a fricção durante a deglutição.

Estas glândulas orais incluem as glândulas palatinas, as labiais, as linguais e as sublinguais. As glândulas venenosas dos répteis originam-se destas glândulas orais. No Monstro de Gila e em um lagarto mexicano, as glândulas venenosas são glândulas sublinguais modificadas. A boca nas tartarugas é desprovida de dentes, possuindo bico córneo de origem epidérmica.

Nas tartarugas e crocodilos diferentemente das outras espécies, a língua não pode ser estendida. Depois de uma curta faringe segue um longo esôfago que conduz ao estomago, no qual se distiguem uma região gástrica e uma região pilórica. O intestino é provido de um divertículo cecal, e o reto desemboca na cloaca.
O fígado é bilobulado e está situado adiante do estômago. O pâncreas se localiza na primeira alça intestinal.

 

Aparelho Respiratório

Os pulmões dos répteis são intermediários entre os pulmões dos anfíbios pulmonados e os vertebrados superiores. Geralmente, são mais complexos que os dos anfíbios, com maior números de câmaras internas e alvéolos sendo órgãos respiratórios mais eficientes.É de tipo pulmonar perfeito, e o ar penetra pelos orifícios nasais e passa a uma laringe cartilaginosa, capaz de emitir sons. Pela glote chega á traquéia, na qual alguns anéis cartilaginosos se ossificam. A traquéia se bifurca em dois brônquios, que penetram nos pulmões, onde se ramificam.

Nos répteis de pescoço longo, como as tartarugas, a traquéia não é apenas longa, mas também, e as vezes, convoluta.
Os répteis, além de deglutir ar, como fazem os anfíbios, utilizam-se também dos músculos costais e abdominais para aspirar o ar para dentro dos pulmões.

 

Aparelho Circulatório

O coração possue duas aurículas, separadas completamente, com exceção das serpentes. O ventrículo salvo nos crocodilos, é dividido por um tabique incompleto em uma parte direita e uma esquerda, que é a mais importante.

Isto significa que o sangue oxigenado, vindo dos pulmões para o lado esquerdo do coração, é essencialmente separado do sangue não oxigenado, que retorna do corpo para o lado direito. Embora a separação dos dois tipos sanguíneos dentro do coração seja completa nos crocodilianos e quase completa em outros répteis, ocorre alguma mistura em outras partes do sistema circulatório.

Da parte direita sai o grupo das artérias pulmonares, e da esquerda, um par de arcos aórticos. Há além disso um pequeno seio venoso.
Os glóbulos vermelhos são nucleados e elípticos.
O sangue passa ao seio venoso e daí a aurícula direita, de onde vai ao ventrículo direito. Pelas artérias pulmonares chega ao pulmão, onde se purifica.

 

Sistema Urogenital

O rim dos répteis, como o das aves e dos mamíferos, é do tipo metanefro, o tipo mais desenvolvido.
O sistema porta-renal começou a perder sua importância e parte do sangue proveniente da região caudal começou a passar diretamente pelos rins, em vez de ser filtrado vagarosamente pela rede capilar.

Isto foi compensado pelo desenvolvimento das artérias renais, que trazem o sangue diretamente da aorta dorsal para os rins. O sangue retorna destes para a veia pós-cava, por meio das veias renais.

Muitos répteis possuem uma bexiga urinária que, como a dos anfíbios, é uma evaginação da parede ventral da cloaca. Esta estrutura, contudo, não aparece nos crocodilianos, nas serpentes e em alguns lagartos.

Os ovários e testículos são pares nos répteis. Os ovos dos répteis, embora em pequeno número, quando comparados com os ovos dos invertebrados inferiores, são relativamente grandes, devido a presença de uma grande quantidades de vitelo necessário para o crescimento do filhote antes da eclosão. Freqüentemente, são rodeadas por albumina e cobertos por uma casca coriácea ou calcária. A albumina e a casca são produzidas por glândulas localizadas ao longo do ovidutos pares.

Visto que os ovos dos répteis eclodem internamente ou são envolvidos por uma casca dura, quando postos, a fertilização necessariamente é interna. Conseqüentemente, os machos de muitas espécies desenvolveram órgãos copuladores especiais para a transferência de espermatozóide para as fêmeas. Nos lagartos e serpentes, há uma estrutura par na cloaca, chamada hemipênis, que servem a este propósito, enquanto os crocodilos e tartarugas possuem uma estrutura, que pode ser homóloga ao pênis dos mamíferos.

 

Guilherme Dias, Felipe, João Paulo, João Victor, João Lucas e Rodrigo